sábado, 13 de novembro de 2010

Já é tarde. Mas ainda tenho dúvidas. Tenho dúvidas desde cedo, não sei que horas eram, não sei nem que dia era pra falar a verdade. Só sei que já faz um tempo, um tempo talvez não tão curto como o resto do tempo de dúvidas normais. Já é tarde, e ainda não sei a resposta. Ainda não sei a resposta, pois ainda não sei qual a pergunta direito. As coisas andam confusas, as ideias pouco concisas, pra variar. Tá tudo meio enrolado aqui, e eu não sei direito por onde começar. Sei que não sei se fiz a coisa certa, sei que... não sei mais nada. Não sei se me arrependi, se quero voltar atrás, se quero ver se posso voltar atrás, se o outro ainda está lá. Não sei se quero! Não sei se quero, por que não sei exatamente o que ando querendo. Digo, num minuto, que quero um outro alguém que não seja eu. No outro minuto, digo que quero a mim somente, porque preciso encontrar-me mais e mais, porque quero, neste momento, encontrar-me mais e mais. E? E o que faço? Sabe o que isso me parece? Me parece o vazio. De novo. Num momento quero a mim somente, porque quero suprir o que não me deixaram ser quando deveria, ou simplesmente compreender o que não fui, o que não foram. Porque quero analisar, descobrir, desvendar o inteiro que me encanta. E, num outro momento, quero ao outro, a um outro, porque tá pesado carregar o material sozinha. Tá pesado, tá cansativo buscar formas, jeitos, coisas diversas pra preencher o que tá em branco ainda, sozinha. Num momento quero só a mim porque confio em mim, e sei até onde consigo ir. E não é perto. Num momento quero só a mim porque tenho medo de possíveis estragos, mais estragos, que sejam feitos mais uma vez por outros, que não eu. E, em outro momento, quero confiar, quero ceder, quero ver no que dá. Quero ver o que o outro pode me dar! Quero me descobrir em conjunto, mas nem sei se me descobri sozinha, e quero me descobrir sozinha. Enfim, estou num dilema. Não me traz tristezas, não me traz grandes angústias, NÃO MAIS! É um pequeno desconforto, é vontade, é apenas uma certa sede maior de descobertas, de vida. E falo isso porque sei que a resposta que falei que espero virá! E virá eu indo para qualquer um dos lados. Virá até se eu parar no meio do caminho. Talvez um dos lados me leve a um caminho mais curto, outro a um mais longo, outro a um tempo indeterminado de percurso. Mas não tem problema! Tenho dúvidas, várias por sinal. E gosto das respostas... gosto muito! Mas, ainda gosto mais dessa diversidade de ideias, desse conflito saudável que não me traz dor alguma, só me traz perspectivas maiores, entendimentos maiores e mais completos. Disse que estava meio enrolada, dei justificativas bem verdadeiras pra isso. Não nego, estou. Mas ao mesmo tempo digo infinitamente que posso estar mais perto do entendimento do que penso, do que sinto. Pois ando me deixando entrar em conflito, em possíveis indagações, e nada melhor que isso pra esbarrar em compreensão. Enfim, não vou dizer mais, porque acho que já disse o bastante. Já disse o bastante para eu mesma compreender que apesar de não saber se devo abrir espaço ao outro, ou não, continuo inteira, e cada vez mais encantada: encanto imenso pela nobreza da alma que nos possibilita enganos, quedas, medos, dúvidas, e humildade de confessar-se um pouco de tudo isso... e confessar-se meio vazia, meio perdida, mas completamente encantada pelo que há, pelo que reside, pelo que abandona, pelo que deixa de ser, e pelo que virá a ser em nós mesmos segundos seguintes a este...
R.A 13/11/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário