sábado, 16 de abril de 2011

Te vejo...

Te vejo daqui a sete anos no mesmo lugar. Talvez com o mesmo casaco, talvez um pouco desbotado pelo tempo, pela vida. Te vejo daqui a sete anos... lá, naquele canto do teu abraço. E queira a vida me dar essa lembrança em cores vivas. Morreria uma parte de mim por não te ver... Afinal, morreria o pai e o melhor amigo do meu peito. Não sei se a vida entende, mas que cobrança é essa? Têm luzes que não foram feitas pra vida compreender os raios, o porquê dos raios... Têm luzes que foram feitas pra aquecer, e que baste, porque pedir mais não cabe. Não sei quem entende- se eu entendo? Entender o quê? Têm cantos -em matéria- que são a figura dos cantinhos do peito; que guardam quem cultiva a presença, ou resgatam quem não pôde ficar pra acalentar os invernos cá dentro. Te vejo daqui a sete anos no mesmo lugar. Te vejo daqui a sete anos lá, e nesses sete entre o agora e o amanhã, te vejo aqui dentro também. Afinal, o inverno não tem hora pra chegar... E o verão também precisa de acalanto. Te vejo... nos vários cantos que te acolhem. Hoje, no canto em frente à luz do mastro, que nasce cada vez mais cansada no leste dos nossos dias. Amanhã- na luz que não morre- na luz das boas lembranças, na luz do amor, na luz da alma. A luz que vai voltar pra te ver no mesmo lugar, com os mesmos olhos de encanto, com a mesma alma de poeta, com o mesmo abraço de pai.

R.A 15/04/11

Um comentário:

  1. Amor de familia, talvez seja a maior prova de que o amor exista. Provavelmente, a única prova, rs.

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