sábado, 6 de novembro de 2010

Ao som de Let it be

Sou incessantemente inspirada... Sabia? Sou, ah sou. Talvez nunca tenha confessado, talvez nem pra mim mesma. Mas agora confesso. Agora confesso que nunca, nunca mesmo, estive inteiramente sozinha em minhas expressões, palavras ou silêncios. Por que confesso só agora, não sei. Aliás, nem sei por que confesso agora. Talvez uma simples vontade de valorizar o externo. E me sinto muito bem por isso, acredita? Extremamente bem. Me sinto bem por, pela primeira vez, não colocar apenas... Nossa, não tenho nem palavras exatas pra isso. Acho que é "apenas coisas pesadas e de dentro" ou somente "coisas pesadas de dentro". Me sinto bem por, pela primeira vez, não colocar só coisas pesadas no papel, isso mesmo. Olha... Vou te dizer, sei que não te digo nada te dizendo isso, e que, sei, não devo estar dizendo nada mesmo. Só que a mim digo tanto, mas tanto... Que se tu soubesses o quanto, deixaria de ler isso com os olhos, simples olhos que indagam, e leria com a alma, como eu escrevo agora. É que tão, tão bom deixar-se. Estou deixando-me! Estou me dando espaço te dando espaço... E tu és o que há lá fora. Olha, se tu soubesses o quanto estou dizendo no que digo, me verias, a partir de hoje, com outro olhar. Mas, não tem problema! Não tem problema não entenderes, afinal nem disse nada. Disse apenas que incessantemente inspiro-me, e que incessantemente deixou-me ser inspirada. Eu sei, tudo que podes entender é o que está no papel agora, simples coisas soltas. E, tudo que posso explicar-te é que são coisas soltas mesmo, e que aí está o valor.
R.A 05/11/10

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