sexta-feira, 15 de abril de 2011

Eu confesso- aprendi a ser mais doce. (Caio F)

Encantada: isso que eu sou. Encantada, encantada, mil vezes encantada, milhões de vezes. Apaixonada, isso que eu sou. Mil vezes, trilhões de vezes isso. Mas, mais do que tanto, sou uma vez só "encantada e apaixonada". Sou uma vez só, unicamente assim, porque sou uma só. E sou a tristeza de ser uma só. Milhões de vezes essa tristeza por um "só". E sou uma louca, milhões de vezes essa, pra suprir a minha tristeza de uma vida só, de uma história só, de uma paixão só, de um corpo só. E sou uma louca, milhões de vezes essa, pra acobertar a própria loucura- a loucura que é a vida dentro de um só. E encantada sou, porque o encanto é a resposta que a vida merece. E apaixonada sou, porque essa paixão da qual falo é como um espaço que a vida concede entre o abismo e o campo aberto- e a visão nesse lugar é grande, é imensa, é linda. E perdida também sou, porque a paixão é perdição. Porque o corpo é fraco, porque a alma não é pobre. E sensível também sou. E sou, porque leio, porque escuto, porque vejo. Porque não deixo a alma enfartar. Porque cuido do peito, mas deixo que arda também, porque a dor também é da vida. E sou uma crente. Acredito nas palavras, no amor, na grandeza de ser. Acredito na dor, na delícia da paixão, na angústia da mesma. Acredito na alma, no olhar, na entrega. Acredito na falta de crença que corrói, na fé que guia, nas mãos que auxiliam, na derrota que ensina, nos sentimentos que devoram. E acredito- porque sou encantada, apaixonada, perdida. Porque sou a tristeza de ser um só, a angústia da paixão pelo outro, a grandeza do amor por si. E acredito- porque simplesmente sou e me sinto. E sentir, num mundo de quebra, é aliviar a alma todo dia. E sentir, num mundo de divergência, é se apaixonar todo dia, é a beleza da vida, é alma falando alto... [...] Já Dizia Guimarães Rosa- "Eu sou é eu mesmo. Divêrjo de todo mundo." R.A/ Abril 2011

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