sábado, 30 de outubro de 2010

Ao som de Tom Jobim

Manhãs bonitas como esta despertam coisas aqui. Ou melhor, manhãs como esta, apenas isso. Por quê? Porque nem vi se faz sol, se há nuvens, se há pessoas pela rua. Não sei se a manhã está bonita. Só sei que senti algo bonito, só isso. Então a manhã, talvez nublada, passa a ser bonita, também, como todas as outras coisas em ti que, talvez nem tão belas, despertam algo em mim. Ah, o que despertam? Ah, tanto... Aliás, este é um bom comentário a se fazer: quando sou despertada, é como um susto. É como se tudo voasse de mim. Sou amena, sou carente, sou quase tomada pelo meu olhar que pede encanto e mais encanto. E, de repente, sou nada disso, sou um eu a mais de mim. É, engraçado isso. Amo o meu equilíbrio. Mas, amo mais ainda o fato dele, de vez em quando, se render a esse desequibrado, literalmente falando. Porque, quando rendo-me, sou tudo, e sou quase nada: sou essas palavras que tu lês, sou perdida em pensamentos, sou um amor que não se tem, e sou eu, essa pura construção que peço, imploro que não se acabe, que não se acabe, que não se acabe...
R.A 30/10/10

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