sábado, 30 de outubro de 2010

Eu sei e você sabe...

Oi... Tá aí? Olha, eu sei que não podia tá aqui. Sei, sei, sei. Mas é que eu tenho uma coisa pra te perguntar. Tá, eu sei, vou me arrepender. Mas vou fazer, e vou fazer agora, porque nesse exato momento em que tu respiras, eu sufoco. Olha, vou fazer só porque algo em mim pede, implora que eu faça, ok? Só por isso. Não é nenhum tipo de capricho, ou coisa do gênero, te garanto, de verdade. Mas, enfim, preciso te perguntar uma coisa. Queria que tu não risse, ou que risse, tanto faz, mas que lesse palavra por palavra, e juntasse depois todas elas, devagar, bem devagar, tentando sentir o que eu sinto agora... tentando sentir o sufoco que isso tudo me traz. Olha, tudo o que eu quero saber é se posso sentir saudades de ti. Pronto, falei. É isso. Só isso que quero saber! Mas eu quero saber de verdade, ok? De verdade mesmo, porque eu sinto isso de verdade, e quero deixar-me sentir de verdade. É que tu sabes, não preciso te dizer que sou presa, quase a mim e quase a ti. Preciso de um empurrão e, às vezes, meus braços se recolhem e se negam, simplesmente assim, se negam a trabalhar, a empurrar... E daí fico eu aqui precisando daquele empurrão. Nossa, queria, de verdade, saber se posso. Porque de todas as vezes que não soube se podia, tu me deu a resposta que precisava ouvir, que sabia que ia ouvir, mas que fechava os ouvidos, e só abria pra ti. Entende? Eu preciso dessa resposta, porque eu preciso me sentir mais livre nesse caminho, nesse caminho de sentimento. Eu preciso simplesmente porque me chamam e eu não saio do lugar, porque tenho medo e mais medo, e mais medo de não te encontrar nem na saudade depois, porque não vou deixar, eu sei. Porque não me deixo sentir. Não, não, não... não me deixo. Mas, ao mesmo tempo, não só sei como sinto que se me disseres que posso ir, que poderei continuar sentindo por ti sentimento, puro sentimento, sei que vou... É que, nesse inteiro, sou nada mais que tua criança... tua criança esperando que digas "vem, eu deixo...", "vai, tu podes...".
R.A 30/10/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário