terça-feira, 2 de novembro de 2010

Queria saber falar de coisas diversas, como esse início que começo agora, diverso, mas que sei, tem um fim quase que determinado, e nada diverso, apenas inverso, controverso. Queria saber falar de poesia. É, isso mesmo. Queria saber falar de versos de verdade, versos de amor, ou de qualquer coisa que arda, que queime, que te acenda por dentro, mas que não te mate a cada palavra, gesto, expressão. Não estou reclamando, ok? O que quero dizer é que queria saber falar de míseras coisas. Queria apenas saber falar de nada! Falar de nada, isso mesmo. Mas não esse "nada" que é a minha falta de fala, mas aquele nada mesmo, que é nada, que a gente dá o nome de alguma coisa na hora, que a gente transforma na hora, na hora que a gente quer. Isso mesmo! Era disso! Era aí que queria chegar: queria me deixar chegar aí. Mas pera aí, tu estás me acompanhando? Porque também tenho esse problema: corro na frente, e esqueço de parar. Mas, se tu não tiveres entendendo, pode bater no meu ombro no fim da corrida e dizer "olha, queria ter te alcançado, mas tu não me deixou". É que tenho medo e corro, corro, corro, e sei disso. E sabe de quem corro? do nada. Eu corro do nada! não é de ti, mesmo! Estou passando, vejo ele ali, o nada, quero parar, quero perguntar das coisas fúteis, dizer que o dia tá bonito, e o quanto eu amo dias bonitos, dias de sol, um céu aberto só pra nós. Mas não! Não me deixo! E corro! É meio louco, eu sei, estar te contando isso, mas precisava, precisava dizer porque não te espero, e porque, às vezes, não me espero. E é simples, juro que é simples, que não é nada mais do que isso, apesar de chato, pesado e, às vezes (odeio confessar essa parte), um tanto arrogante. Mas, ainda juro, não é por mal. É só medo! Só isso! Só o meu medo... o meu medo de encontrar mais do que um nada quando solto-me, quando paro... apenas isso: medo de encontrar mais vazio, mais vazio, mais vazio... medo de que o nada seja outro vazio, e só.
R.A 02/11/10

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