quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Os laços... Os nós...

O que se faz com os laços quando tudo começa a se perder, e só o que fica são os nós? Sabe... O que se faz quando aquela parte bonita da fita perde a cor, e aquele amarrado que a gente fez há anos atrás começa a aparecer por trás do delicado, bonito, totalmente criado, forjado? Hein, o que a gente faz exatamente? Deixa a fita se soltar de vez, cortando aquela última pontinha que ainda faz a ligação? Ou não. Ou a gente simplesmente vai fazendo mais e mais nós, até tudo ficar tão enrolado, que a gente nem querendo consegue soltar? É, a segunda opção é realmente bem mais pertinente, bem mais... Bem mais o que, hein? O que a gente fez com a beleza do laço? Hein, o que gente fez? A gente destruiu. E a gente quer fingir que não... Mas, sim, a gente fez. E agora? E agora faz o que? Finge que não fez... Finge que é lindo como antes? Como assim? Cansei, sabe! Cansei de ficar fazendo nós e mais nós e mais nós, infinitamente, e depois parar e ver aquilo tudo e ainda dizer: “nossa, que lindo! Eu consegui deixar aqui... o laço!”. Cansei! E sabe por quê? Porque do laço não me sobra nada, nunca. O que me sobra é a dor, a falta daquela beleza que deixa a vida mais bonita, sempre. É isso, cansei pela beleza, isso mesmo! Porque do que me adianta ter um bando de fitas, laços, adornos pendurados, se em cada ponto, canto, palavra dita, tudo o que me resta é a dor, e só?
R.A 05/09/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário