domingo, 5 de dezembro de 2010

Eu confesso também...

Chorei ontem. Me surpreendi, não pensava que poderia acontecer. Não naquela situação, naquele momento. Chorei ontem, foi bonito. E estranho, há duas semanas dizia a mesma coisa: que havia chorado, que havia sido bonito. Acho que isso mostra que ando muito mais sensibilizada, muito mais aberta aos sentimentos que estiverem aí rondando, pedindo para serem sentidos. Acho que ando realmente mais assim, mais aí pra vida... E, mais nem aí pra maquiagem que vai borrar, pra parte de dentro que vai pedir alguém, e talvez não tenha quem dar. Acho que isso realmente mostra que ando cada vez mais ciente que não se morre quando se sente e, sim, quando se para de sentir. Acho que isso mostra que ando querendo soltar um pouco o corpo, seguir certos passos sem uma parada certa; acho que isso mostra que ando querendo o que vir: a música que vir, o alguém que vir, o que tiver aí, pra vir... Legal, chorei ontem. Me surpreendi. Achei lindo! Fiquei meio sem reação: queria dividir aquilo, mas ao mesmo tempo queria só sentir, sentir, sentir... Tive uma vontade imensa de ser mais, e de ser simplesmente o que sou. De dizer a outros que são lindos, que tem encanto, e que devem se encantar pelo que são. Tive vontade de viver mais, de abrigar mais. Tive vontade de compreensão. Tive vontade de muito. E chorei. Um pouco por outros, e um pouco por mim. Chorei pela beleza! Chorei pela sensibilidade que tenho encontrado aqui! Como disse Caio uma vez: “eu confesso - aprendi a ser mais doce”. E chorei por isso: por essa doçura.
R.A 05/12/10

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