terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

II

Pensei que tivesse sido sonho. E não foi? Olha, gostaria que tu me respondesse. Tu anda tão calada ultimamente, não sei o quê que faço pra te fazer falar. Viu bem? Estou falando contigo mesma, a única pessoa nessa sala agora. Não finge que não está escutando. Sei que estás, afinal estou falando alto, impossível tu não estar escutando, nem tem ninguém no corredor. Talvez não tenha ninguém nesse andar inteiro. Estou gritando, ouviu bem? Grito: responda-me! Ok, vou parar! Parei, não falo mais. Não te imploro mais nada. Estava implorando, sim! É que realmente queria tua resposta, tuas repostas. É que ando sozinha, não sinto nada há dias, e realmente precisava sentir alguma coisa. E não preciso te dizer que não ando sentindo nada. Não ando sentindo nada fora, então queria pelo menos sentir algo dentro. Não precisa chorar. Tá, fica calma, não estou te colocando pressão, só estava implorando, é diferente. Sei como estás. Sei como se sente. Sei o que não sente. Sei o que pensas. Sei o que queres... Sei o que imploras mais e mais. E sei do que sentes falta dia após dia. Afinal, tu és eu, e eu sou tu.
R.A/ TRECHO DO LIVRO

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